sexta-feira, 23 de abril de 2010

"A senhora de..".



«Um ser  nasce sendo-lhe dado um nome próprio, ao qual acrescem, respectivamente, o apelido do pai de sua mãe e do seu próprio pai. é a via masculina.
Depois ao longo da vida (...) fica o apelido do pai,(...) É o nome da mãe que se perde.

Chegando à vida profissional, já só este resumo nominal é conhecido.

Mas se se nasce mulher e o casamento acontece, começa a barafunda.De facto,ao seu nome vai acrescentar, ainda pela via
masculina, o apelido do pai do marido. Surge, então,uma nova vida e inaugura-se uma etapa de progressivo esquecimento do nome que, durante cerca de vinte anos , acabou por ser nosso para, por um acto de magia, se nascer de novo.

É-se, a partir daí, conhecida, para todos os efeitos, como a «
senhora de»...( a sequência é, para fins sociais, o nome completo do marido, e para fins profissionais,ou outros, o seu apelido.)

Com o rodar dos anos, se estes trazem a consolidação do matrimónio, passa-se mesmo a ser, apenas, a «
mulher do». Ou seja, por um golpe do acaso, perdem-se as origens e ganham-se passados diferentes.


Porém, se o fluir dos anos trouxer um divórcio, a situação complica-se porque, tendo perdido as origens do passado e, tendo-se desfeito o presente, a pobre de Cristo ver-se-à privada de identificação real. inicia-se então, uma nova fase, já se não é nem a senhora ex- qualquer coisa.Temos de convir não ser agradável apresentarmo-nos, por exemplo, telefonicamente a alguém- que, nos conheceu com um determinado apelido de casada- com um nome que, embora tendo sido sempre nosso, o interlocutor desconhece. Vem então, o infalível esclarecimento: daqui fala a ex-mulher do, Ah! Finalmente do lado de lá faz-se luz, e a conversa pode prosseguir tranquilamente.


Um nome do solteiro leva, para a mulher, anos e anos a recuperar. Porém, se quiser o acaso que a experiência matrimonial se repita, sem que se tenha acautelado a recusa da concomitante herança nominativa, a confusão que se gera é total.

São os filhos que, de repente, se vêem filhos de nova mãe à qual deixam de estar ligados pelo nome: São os amigos que já não sabem com quem falam: são os computadores dos bancos com contas antigas a recusar o conhecimento da nova velha titular...

Mas o pior está para vir. Quanto tudo parece, enfim, estar esclarecido com a estabilidade da situação mais recente, acontece o inevitável os filhos crescem e são eles portadores de um nome que, por vezes, se torna conhecido.

Aqui o caso é fatal! Passa-se a ser a « senhora de», a mulher do, a eventual «ex-mulher do», para uma nova posição escatológica, que é a «mãe de»!

Manda o bom-senso que, nesta altura, se diga «alto»!

De facto, já é tempo das mulheres serem o que são, por si e não pelos que estão, familiarmente, ligados.

É tempo, também, de os homens deste planeta se não sentirem ofendidos se a opção da sua mulher não for a de ser a «
senhora de»...»
Do livro: " Bocados de Nós" ( Drª Helena Sacadura Cabral)

Nota:Quando li este livro, há mais de um ano, fiquei encantada com este texto, a mim diz-me muito...Resolvi copiá-lo e guardá-lo numa pasta. Hoje, perante esta noticia:  http://aeiou.expresso.pt/usar-o-nome-do-marido-prejudica-as-mulheres=f578343 resolvi colocar  a copia do texto neste blogue, que é público. Desconheço se estou a cometer alguma ilegalidade, mas, se estiver...bem...veremos. Agora não tenho tempo para averiguar.Fica assim.Afinal,  hoje é o dia do livro...
 

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Para reflectir ("lembre-se")

«(...) Tanto a medicina  que estuda o nosso sistema imunológico, na dose que precisamos, tal como a de qualquer religião, fundem-se e confundem-se na busca do nosso bem estar, da nossa saúde corporal...

O negativismo, decorrente do medo, do ódio, da ganância, do ressentimento, que muitas vezes nos move, impede que possamos desenvolver o nosso senso de equilíbrio, importante para podermos fazer uma avaliação correcta do que somos.

Queremos que as coisas aconteçam como planeamos.Esquecemos que nem sempre isso pode acontecer, porque não temos domínio sobre tudo e todos.

Da frustração de alguma coisa não conseguida, do sentimento de rejeição sentida, decorre um sentimento de perda e derrota que nós elaboramos mas, que não é ser real.

É a nossa fantasia comandando a nossa vida .É o desejo de controlar, às vezes, o incontrolável, que muitas vezes nos leva a adoecer. Ao invés de usarmos nossa energia, nossas habilidades, nossa força interior para construirmos uma vida melhor, a usamos para tentar controlar o mundo ao nosso redor.Acredite na sua força interior, dê espaço para o seu optimismo. Isso pode levá-lo a vencer obstáculos  e doenças.»

«LEMBRE-SE:

1- Nada tem muita importância por muito tempo;*

2- Para tudo dá-se um jeito;

3- Ninguém  é perfeito, permita-se a errar;

4- Não se superestime, nem se subestime;

5-  Se os outros não pensam de igual forma isso não quer dizer que alguém está errado;

6- Não tente modificar ninguém, aceite as pessoas como elas são;

7- Ouça o que o outro diz, mesmo que não concorde;

8- Escreva tudo o que aflige, depois rasgue ou apague;*

9- permita momentos só seus;*

10- Ninguém é insubstituível;

11- Não se arrependa do que fez ou deixou de fazer.Aquele foi o seu momento.Aprenda com ele;*

12-Não tenha medo de enfrentar situações novas .Elas podem levar-lhe a descobrir um mundo novo*

13-.Pense sempre no melhor;

14-Tenha sempre pensamentos positivos

15-Não deixe que uma doença tome conta de si.TOME CONTA DELA ANTES:*

16-Não espere que alguém faça alguma coisa por si, vá à luta!*

17- Não tente controlar o mundo, ajude a construí-lo;

18- Cuide da sua cabeça e o resto fica mais fácil;

19- Se o que você planeou não deu certo, dobre a folha e planei novamente;*

20-Aprenda a espantar os momentos de desânimo.»*


NOTA: este artigo foi copiado há mais de 12 anos via internet. Imprimi-o e guardei-o religiosamente num dossier. Na altura estava a passar por momentos menos felizes, devido a doença de um familiar. Ao lê-lo,  serviu-me como um bálsamo. Hoje, ao fazer arrumações a papeladas, encontrei-o. Resolvi partilhá-lo e guardá-lo no meu blogue
Espero que sirva, tal como serviu a mim! Ainda serve!

 Coloquei este sinal (*) em alguns "mandamentos," por ser os que mais fazem sentido para mim,sem no entanto desvalorizar os outros.





sábado, 17 de abril de 2010

Eterna Procura (Mario Quintana)

"Só o desejo inquieto, que não passa,
Faz o encanto da coisa desejada...
E terminamos desdenhando a caça
Pela doida aventura da caçada."

     A revista "Sábado"Nº 311-15 a 21 de Abril de 2010, tem por título de capa, "O diário de um médico viciado em sexo". Depois de ler o artigo em questão, lembrei-me  do poema  "Da Eterna Procura," de Mário Quintana, por assentar que nem uma luva no dito médico, e a tantos que padecem do mesmo mal. Segundo consta, não são casos raros. É o que se pode chamar de  Don Juan. Os especialistas dizem tratar-se de um distúrbio.

NOTA:
Mário Quintana, brasileiro, é um dos meus poetas e pensadores preferidos. O que transmite, na sua simplicidade, clareza e ironia. encanta-me!