domingo, 10 de junho de 2012

Bandeiras e cinco relatos sobre as mesmas

foto da Internet
 Meu pai esteve quinze anos no CANADA. Nas suas visitas periódicas à sua terra natal, nos finais dos anos sessenta do século XX, trouxe uma pequena bandeira canadiana e fez questão que ficasse em destaque dentro de  casa. Ouvi-o algumas vezes dizer que tinha de comprar a bandeira portuguesa para juntar à outra. Na sua opinião parecia mal não a ter. Enquanto a primeira simbolizava onde teve a possibilidade de fazer o seu pé-de-meia, também representava um grande país que muito respeitava. A segunda significava a sua Pátria que muito amava.Terminava a conversa com os  olhos rasos de lágrimas.Tinha a lágrima fácil...

foto da Internet
 Em 1979 fui com um grupo de amigos acampar para  a cidade da Horta, na ilha do Faial, e tivemos a sorte de poder ver e ouvir actuar duas Bandas Militares: Uma do exército norte americano e a outra do exército português. Nunca mais esqueci o seguinte episódio: Quando a banda americana tocou o seu hino, pude ver algumas pessoas porem-se de pé, colocaram a suas mãos direitas no peito e cantaram emocionadas.
 Chegando  a vez da banda lusa tocar o seu hino,dando aquele arrepio que não sei explicar, os portugueses espectadores não tomaram as mesmas atitudes dos estrangeiros. Se estavam sentados, sentados ficaram, como se fossem vacas amassadas (as minhas desculpas pela expressão!) e sem a menor reacção. O meu grupo era composto por sete elementos e vendo aquele panorama, de uma certa forma incomodou-nos. Levantamo-nos e cantamos a plenos pulmões, para espanto e risos trocista de alguns patriotas...Enfim!...

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Não sei precisar o ano, mas foi antes de 2004 do século XXI: Um político português, com ideologias políticas centro-direita, colocou a hipótese de  se voltar a ensinar nas escolas o Hino de Portugal e outras formas simbólicas de representar e dignificar o País,dado que foram abolidas e esquecidas após a "Revolução"  do 25 de Abril de 1974. Vozes indignadas e horrorizadas  levantaram-se em protesto, dizendo que fazia lembrar o passado fascista. Impressionante estas mentes revolucionárias que brilham no escuro!...

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Portugal foi  anfitrião do Europeu de Futebol em 2004 .O treinador da selecção portuguesa  de então, era um estrangeiro, com naturalidade brasileira. Por incrível que pareça, este senhor influenciou de tal forma  que se voltou  a cantar "A PORTUGUESA"! Convidou o povo a hastear ou a colocar em todos as janelas e varandas bandeiras nacionais. Fizeram-no, em larga escala, mesmo cometendo alguns excessos indignos e desrespeitosos. Talvez por ignorância...Também coloquei uma  grande, numa das janelas da minha casa. Também entrei em euforia do futebol ,quer neste Europeu de 2004 e , dois anos depois, no Mundial de 2006. Santo Deus!... Jogo que não entendo nem aprecio. Sei lá!...Considero um fenómeno!...

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 Em relação a outros países em que existe democracia  há muitos anos, Portugal é  neto ou bisneto dessa mesma democracia, tal é a inexperiência...Os povos desses países democráticos respeitam as suas simbologias , representantes das respectivas nações e sem complexos. Não se limitam,apenas, e tão só, a fazerem esvoaçar  bandeiras  em histerias  colectivas  por ocasiões de jogos de competição, como se pode presenciar em Portugal. E, é claro, NO FUTEBOL! O que  já é alguma coisa!...Graças ao senhor treinador da selecção portuguesa de 2004!... Há quem diga que não é bem assim, mas estou convicta que foi!...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Há palavras que nos beijam com se tivessem boca


 O título deste post,  é um dos poemas  lindíssimo de Alexandre O, Neill . Mais tarde foi musicado e interpretado  pela cantora portuguesa, a Mariza:  http://youtu.be/Snysz4zzHZI

De facto, há quem tenha muito sabedoria , sensibilidade e arte para nos acalentar a alma com palavras , quer sejam verbalizadas ou escritas em linguagem comum ou artística! Principalmente quando a mente se encontra em desassossego. Numa das minhas leituras de origens filosóficas ( a partir de uma dada altura deu-me para isso) vou encontrando respostas e aprendendo a sossegar consciências.Como por exemplo, o texto que está descrito abaixo faz parte do que li sobre as diferentes etapas de vida do ser humano. Do qual vai de encontro à  minha forma de pensar sobre o assunto, com todas as suas complicações inerentes:

 «Quando as pessoas chegam à idade madura, tendo já  vida estabilizada, o que têm em mente nesta altura? O desejo de criar espaços e expandirem o seu domínio. Contudo, é muito susceptível  de gerar contradições e conflitos com outros (...) Por isso, é muito importante para as pessoas nestas idades terem cuidado para não se envolverem em situações  conflituosas.

Durante esta fase da vida, devemos travar comunicação ou amizades com pessoas calmas e com espírito prático. Elas ajudar-nos-ão a perspectivar as vitórias e as derrotas passageiras, (...)  a obter conforto espiritual e encontrar um local de repouso e de pausa para a alma.

O filósofo Bertran Russel comparou este estado de vida em fase madura a um rio a correr velozmente por entre as montanhas, mas no momento em que finalmente se mistura com o mar abranda e torna-se largo e plácido. Nesta fase da vida, devemos ter aprendido a lidar com as posses e com as realizações de um modo sensato.»