terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Abóbora gigante

Deram-me esta abóbora tão grande, nunca vi tamanho igual.Uma parte está em pedaços no congelador para futuras sopas. Com as outras partes fiz doce e pudim de abóbora, como se pode ver nas fotos que se seguem:

Compota de abóbora. Fiz três frascos.Um já era,outro em vias...e outro ainda intacto
PUDIM DE ABÓBORA

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Os solteiros são mais felizes?

 Flávio Gikovate,psicoterapeuta, com 65 anos de idade e 42 anos de carreira, dedica-se a escrever sobre sexualidades e amor (...) foi entrevistado pela revista Sábado, Nº225 , Agosto de 2008:

No seu último livro afirma que o amor romântico tem os seus dias contados. Porquê?

Porque o mundo mudou. O amor romântico-ciumento, opressivo e sufocante- já não tem hipóteses porque é incompatível com o desejo crescente do individualismo.Aos poucos, as pessoas estão a reconhecer que o amor tradicional é imaturo e desgastante. No mundo moderno, em que há muitas actividades e interesses individuais. o amor como remédio não funciona. Este amor vai ter de ser substituído por qualidade de relação.
Quando é que chegou a essa conclusão?

Trabalho com essa hipótese há muitos anos,mas só agora consegui coloca-la num livro de maneira completa.Muitos casamentos entre opostos, com a ideia de fusão, ainda vão acontecer antes que as pessoas se dêem conta de que já não dá para insistir nesse tipo de relacionamento.Antes,o amor ganhava à individualidade porque não havia o que fazer com a individualidade. Hoje, temos inúmeras tecnologias que facilitam os momentos de lazer e o iPod para ouvir musica sozinho. Ou seja, a individualidade é tão preciosa que ninguém quer (e não deve) abrir mão dela para viver com alguém.


Diz aos seus pacientes que, entre o amor e a individualidade,devem optar pela segunda?

Sim.A maturidade emocional é uma conquista, aprende-se a dar na mesma medida da que se recebe. A mulher tornou-se independente económica e sexualmente e pôs fim à estabilidade conjugal. Quando mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afectiva.
Então os solteiros são mais felizes?

São mais felizes do que os mal casados.Antigamente havia um enorme preconceito em relação às pessoas solteiras, sobretudo as mulheres, as "encalhadas".Hoje,sem esses preconceitos, o mundo é mais favorável aos solteiros.A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso.Pelo contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afectivas são parecidas como ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Como define "mal casados"?

É uma relação entre opostos, um egoísta e um generoso. essa relação é a que mais acontece porque está no imaginário das pessoas há séculos. No entanto, é muito perigoso depender de "terceiros" para ser feliz. Quando um dos dois percebe que não encontrará no outro aquilo que procura, a separação é inevitável, porque no amor dito romântico responsabilizamos o outro pelo nosso bem-estar, mesmo sabendo que essa é uma luta individual.
As mulheres não terão mais dificuldade do que os homens em perceber isso?

Elas ainda pensam como as mães, apesar de o mundo ter mudado completamente. Por exemplo, estão em maioria nas universidades e pensam no casamento como estabilidade sentimental e material. No mundo moderno, os homens já não serão protectores, mas sim companheiros de viagem. O problema é que a ideia de amor cultivada pelas mulheres ainda está muito ligada ao casamento. Isso terá de ser desfeito.
 
Então,como fim do amor romântico, as pessoas vão passar a fazer sexo de ocasião?

Não necessariamente. As relações superficiais não podem ser consideradas más se houver maturidade emocional de ambas as partes. O meu livro tem dois finais: um é ficar sozinho: outro, bem acompanhado. Ambos representam a vitória da individualidade. Mas a união tem de acontecer entre pessoas semelhantes, com os mesmos planos e projectos, e não entre opostos.
As pessoas casadas são na sua maioria infelizes?

Os divórcios comprovam que o número de pessoas felizes no casamento é cada vez menor. a noção de amor actual revela um sentimento que temos pela pessoa cuja presença provoca em nós a sensação de paz e aconchego que perdemos ao nascer. Desde o nascimento, temos a impressão de ser uma "metade", talvez porque tenha sido assim na origem:Passamos a existir fundidos a outro ser- a mãe. E assim vamos repetindo a fórmula do início da vida e persistindo no erro. Temos de entender que não somos metade. no mundo moderno, o amor como remédio não funciona.



Mas a maioria das pessoas não continua convencida de que precisa de encontrar a sua metade para ser feliz?

Muitas vezes, pensamos que o outro é a nossa alma gémea e, na verdade, o que fizemos foi inventa-lo ao nosso gosto.Por isso, os relacionamentos não dão certo. mas o sonho de união de duas metades continua presente no imaginário das pessoas.

E porque é que tantas pessoas se casam várias vezes sem nunca acertar?

Porque insistem na ideia do amor romântico, que une duas metades incompletas, o que é um erro. Relações de dominação e de concessões exageradas caminham inevitavelmente para o divórcio.

Mas quando nos apaixonamos só pensamos em passar o resto da vida com o outro.

As pessoas, em geral, temem a felicidade. Parece que a felicidade atrai uma tragédia.O objectivo, quando há paixão e, portanto, afinidades, é caminhar no sentido de que esse medo se atenue. O medo vai diminuindo, bem como a vontade de ficar inseparável. e vai aumentando a individualidade.É como se o amor bem resolvido curasse o indivíduo do mal de amo,É a conquista da maturidade emocional.

Uma pessoa sozinha não tem inevitavelmente momentos em que sofre?

Depende de como entenda a solidão. Se for como no amor romântico, com a sensação de desamparo, sofre. Mas se não tiver maturidade emocional haverá um momento em que terá necessidade do aconchego físico. É preciso conhecer-se a si mesmo e ser capaz de viver sozinho. depois, procurar alguém com afinidade principalmente de carácter intelectual. Amor significa aconchego físico, amizade é afinidade intelectual.

E se optarmos viver em casas separadas para não interferirmos na liberdade de cada um?

Essa é mais uma das mudanças nos novos relacionamentos.Temos de tirar vantagens das mudanças em vez de as lamentarmos. As vantagens são muitas: avanço moral, avanço da capacidade de viver sozinho,aprender a resolver a situação de incompletude em si mesmo e não imaginar que isso vai ser resolvido por meio do outro.

Quando uma relação começa a correr mal, há uma maior tendência para a infidelidade?

Sim, sem dúvida. As relações desgastadas e mal resolvidas propiciam esse quadro. A infidelidade é maior em pessoas menos confiáveis, que, em geral, são mais imaturos e lidam mal com frustrações contrariedades. Como regra, são pessoas mais egoístas. Mas individualmente não é egoísmo. o outro deve ser escolhido para afinidades intelectuais,como amigos. Lealdade, cumplicidade, respeito pelo outro são características de um relacionamento maduro, com qualidade.

Há uma formula para ter um casamento feliz?

Não há formula, mas um caminho. A união tem de acontecer entre as pessoas semelhantes, com os mesmos planos e projectos, e não entre opostos. É o que eu chamo amor. é a aproximação de duas pessoas inteiras e não de duas metades. Esse é o melhor passo para aprimorar uma relação.

O senhor é casado?

Estou casado pela segunda vez há 23 anos e comecei com uma paixão que tive a coragem de transformar em casamento. Teve um tempo de de fusão e depois de "desgrudação", está tudo registado: escrevi um livro para cada época. Cheguei lá, mas não nasci assim. é o que espero que aconteça com maioria das pessoas.

(Compilado da revista Sábado, não sei precisar a data)

Ficou assim, a ervilhaca.




Prometi mostrar o resultado da ervilhaca quando grelasse ou crescesse. Aqui está como ficou:



                                                                                                                                             
Já agora, também mostro como ficou a ervilhaca a decorar o presépio., que foi feito dentro da estante da sala de estar.Retirei duas prateleiras e pronto!Com vontade tudo se faz.Cá em casa, não há Natal sem presépio. .Os bonecos  já têm mais de quarenta anos.



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tradições de natal ( Semeando ervilhaca)

Na minha família, temos a tradição de semear trigo ou ervilhaca nuns pratinhos, poucos dias antes do Natal. Servem para decorar a casa e enfeitar o presépio. Há muitos anos não semeava com ervilhaca, por não a encontrar onde moro,usava  trigo. Como vim de Londres há poucos dias, a minha irmã, que vive nesta cidade inglesa, deu-me as tais sementes de ervilhaca, trazidas da ilha da Madeira. Então,filmei  para me recordar deste acontecimento, mostrar como se faz e também lembrar a tradição de algumas terras portuguesas:

 Quando as sementes grelarem  volto a mostrar  como ficam.
Nota: o som de fundo é de um programa na RTPN, com o programa diário do Prof Júlio Machado Vaz. vejo-o sempre que posso.Ouvia-o na rádio, aos domingos de manhã o compacto da semana, mas agora passei a ver na TV por ser a horas mais "decentes".