Apontamentos decorativos de Natal 2015, na minha casa.

O trigo cresce bem. A ervilhaca leva mais tempo. Encontrei-a numa loja de sementes, com mais de oitenta anos, localizada no Rossio de Lisboa. Quem procura encontra e querer é poder!

 A vela funciona a pilhas, mas parece bem real. Quando vi este tipo de velas numa loja , junto com coisas inflamáveis, pensei que estavam a ser irresponsáveis , mas afinal são inofensivas. Coloquei umas folhas do caminho, flores artificias e bolas.

Enquanto não há os peixes tem bolas. Ao guardá-las dentro como suporto gostei do efeito e ficaram .

Centro de mesa feito com conchas, folhas de azevinho e velas.

Árvore de Natal

E como não há Natal sem Presépio, porque não é a mesma coisa, aqui está o de 2015.
FELIZ NATAL!

Viver em cidades ou em terriolas?

O filme "A Modista", que não achei nada especial, veio vincar a opinião que tenho,  há muito tempo ,de antes querer viver numa grande cidade do que em vilas, muito menos em aldeias ! Nos lugares pequenos sabem da vida de todos, metem-se em tudo,  inventam, aumentam histórias  e se dão para hostilizar  é um sufoco!... O excesso de proximidade faz-me sempre lembrar a Fábula do Porco-espinho.
Viver numa cidade: bem sei que não é fácil  interagir com o seu semelhante por várias razões , uma das quais a desconfiança ou o medo do desconhecido. Porém, não faltam outras formas de comunicação no campo cultural / social e o  sentimento de liberdade vale muito !     

Exposição de Presépios e passeios por Lisboa .

Esta tarde vi uma exposição de Presépios no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, com entrada grátis. As minhas visitas  a este Museu, por coincidência, têm sido à borla. São lindíssimos e feitos, alguns, há uns trezentos anos, em Portugal. Contava com mais quantidade de presépios, mas para já é o que tem. Segundo a senhora, que explicou todos os pormenores,  mais exemplares  hão-de vir e ficarão expostos em permanência naquele local.

Aqui tem explicação dos presépios, escrito na parede da sala dos mesmos. Para melhor ler clicar na foto.

A seguir passei em frente à Câmara Municipal de Lisboa, A sua Praça, este ano, anda animadinha com barraquinhas e outras coisas mais. Tão românticos devem estar que até construíram uma Árvore de Natal com muitos corações coloridos .À noite o efeito das cores são geniais. (risos)

No pavimento da  Praça do Município encontra-se  um bolo rei gigante, dos de fazer de conta. Quanta imaginação!
Mais à frente, na Praça do Comércio, que está uma beleza de lugar, uma banda de Jazz animava aquele  espaço. E eu a comer castanhas assadas. Nenhuma estava podre e todas muito saborosas. (risos) Olhando para a esquerda reparo em dois belos navios cruzeiros que pareciam ter saltado para  a cidade. Que belo panorama faziam com as luzes acesas.
Seguindo a pé em direcção ao Cais do Sodré, toda aquela Avenida estava replecta de gente. Uns  a caminharem nas calmas, outros sentados ao longo do muro que separa o rio a conversarem... O cair da noite estava com temperatura muito agradável . O Cais das Colunas está lindo, os Cacilheiros navegam reflectindo luz na água. E a cereja no topo do bolo: uma música suave e romântica , entoada de forma instrumental por alguém que toca na rua, tornou  tudo mágico. Cheguei a pensar se aquilo estava mesmo a acontecer  ou era ficção. Aquele lugar está mesmo muito,muito agradável. E é tão fácil lá chegar, da minha parte, claro! Finalmente entregaram parte do estuário do Tejo à população na sua plenitude...É que naquele pedaço já não passam carros. Ufa, que maravilha! Vim consolada! Expressão muito usada na minha terra  quando se sentem satisfeitos com algo. Nunca vi Lisboa tão bonita!...

"O Bolo D Amélia... O Menino Mija."

Nas redes sociais virtuais , de vez em quando , lá se" tropeça" em assuntos empáticos e de interesses enriquecedores. Ontem vi uma partilha de um post , na rede social Facebook, dando conta de um bolo de  nome "D Amélia . Além disso, a foto apresentada é apelativa e o nome, "O Menino Mija", também conhecida  a expressão açoriana. Por tudo isto espicaçou-me a curiosidade e  por isso abri o link que se encontra a seguir. Basta clicar e ver o seu conteúdo para entender o resto: https://foodwithameaning.wordpress.com/2014/12/30/bolo-d-amelia-para-a-tradicao-do-menino-mija/
Entrei e fiquei agradada com o que li ,a tal ponto de também deixar um comentário, mesmo que o post tenha um ano.

Realmente, as tradições de Natal açorianas tinham, e ainda devem ter, outras essências e outras alegrias. Algo que nunca encontrei no Continente, até hoje! Também não sei como é vivido em todo o território, mas pela minha experiência a viver onde vivo há 28 anos é uma tristeza pegada. O que me vale é, das minhas portas para dentro, celebrar o que me ficou da minha tradição de Natal e marimbo-me no resto. Até evito sair nesses dias para não ter que ver nem ouvir coisas aborrecidas que mexem com o meu emocional. Tento também ouvir muita música e não ligar a tv , especialmente para canais do bota abaixo, de lavagens cerebrais, manipuladores com fins lucrativos de exploração sentimental.
 Não me lembro na minha terra aproveitaram esta época para tantos lamentos e sempre houve gente com anos mais alegres e outros mais tristes pela força das circunstâncias de cada qual... Sempre houve gente com mais e menos poder de compra, mas não era motivo para odiaram o Natal...pelo menos nunca me apercebi de tal sentimento. Com franqueza !... É que já chateia o Natal servir de saco de boxe.     
   

Jazz&Blues.

Se for mesmo verdade haver vidas repetidas ou lá o que é isto, então devo ter tido vivências afro-americanas noutra reencarnação, nos EUA. (risos) Nunca recebi influências de pessoas próximas na apreciação do género música Jazz. Descobri, não me lembro como, este gosto que está bem definido no topo das minhas preferências musicais , dando relevo ao blues jazz, os clássicos ! Os interpretes, femininos e masculinos, também  clássicos, nunca me cansam ouvi-los.



Não há muito tempo li apontamentos biográficos sobre génios da soul music. numa colecção de pequenos livros. Este artistas tiveram quase todos inícios de vidas familiares muito difíceis . De todos, a Nina Simone, nome artístico,  o seu verdadeiro nome era Eunice Kathleen , nasceu numa família sem grandes problemas materiais. Até ao dia em que o pai adoeceu e a casa onde viviam ardeu . A partir desse altura as dificuldades começaram a surgir. A mãe ganhava a vida como pastora na igreja Metodista, onde levava a filha a tocar piano. Desde muito novinha teve esta capacidade. O maior desejo da sua progenitora era que fosse a primeira negra pianista clássica. Em certa medida começou por ter sorte, porque conheceu uma senhora russa que lhe iniciou na aprendizagem das técnicas clássicas dos grandes compositores europeus. Chegou uma altura que não podia ir mais além ao confrontar-se com a falta de dinheiro para pagar propinas. A sua professora particular, a tal senhora russa, organizou na comunidade uma fundação, na condição de lhe arranjar fundos e em troca a Eunice tocaria na igreja por algum tempo e assim foi. Há gente muito generosa e cheia de boa vontade
 Consta que foi uma pianista muito aplicada, sempre muito incentivada a subir mais alto, até onde pôde ir. Ainda se candidatou a uma academia de alto gabarito onde entravam os muito bons a excelentes, mas pela sua condição de cor de pele foi-lhe barrada a entrada...pelo menos assim  pensaram. O racismo, à época, era feroz .Isto há mais ou menos meio século. Até custa acreditar! Por este e outros motivos a Nina Simone interveio na sociedade norte americana como grande activista contra o racismo.
 Apesar de ser considerada  uma diva como cantora, não teve sorte na sua vida pessoal...     

Os dez mandamentos da velhice :

«1º – Não se aposente da vida para se tornar a praga da Família. A vida é atividade e o verdadeiro elixir da eterna juventude é o dinamismo. Não despreze as ocupações enquanto tiver energia para as lutas cotidianas.

2º – Seja independente e preserve a sua liberdade mesmo que seja dentro de um quartinho. Quem renuncia ao próprio lar, obriga-se a andar na ponta dos pés para evitar atritos com noras, genros, netos e outros parentes.

 3º – Mantenha o governo da sua própria bolsa. Ajude os seus filhos financeiramente, na medida das suas posses; reserve uma parte para emergências e lembre-se que um filho ambicioso pode ser mais temível que um inimigo.

4º – Cultive a arte da amizade como se fosse uma planta rara, cercando os familiares de cuidados como se fossem flores. Se a sua memória estiver falhando, anote numa agenda sentimental as datas mais importantes das suas vidas e compartilhe com eles a alegria de estar presente.

 5º – Cuide da sua aparência e seja o mais atraente possível. Não seja um daqueles velhos relaxados, que exibem caspa na gola do paletó e manchas de gordura na roupa que revelam o cardápio da semana. Nunca despreze o uso de água e sabão.

6º – Seja cordial com os seus vizinhos (...) Um bom vizinho é sempre um tesouro, especialmente se os parentes morarem distantes.

7º – Cuidado com o nariz e não se intrometa na vida dos filhos adultos. Eles são seres com cérebro, coração, vontade e contam com muitos anos para cometerem os seus próprios erros.

8º – Fuja do vício mais comum da velhice, que é a “presunção”. A longa vida pode não lhe ter trazido sabedoria. Há muitos que chegam ao fim da jornada tão ignorantes como no início dela. Deixe que a “humildade” seja a sua marca mais forte.

9º – Os cabelos brancos não lhe dão o privilégio de ser ranzinza e inconveniente. Lembre-se que toda paciência tem limite e que não há nada mais desagradável do que alguém desejar a sua morte.

10º – Não seja repetitivo, contando a mesma história três, quatro, cinco vezes. Quem olha só para o passado, tropeça no presente e não vê a passagem para o futuro.»

 Notas

1) Estes dez  conselhos encontrei  no mural do meu Faceboook , postado há uns anos. Voltei a vê-los porque o respectivo site resolveu enviar as memórias e as minhas constam desde 2008...

2) Gosto dos conselhos e oxalá  assim seja!... O que mais temo na velhice é a falta de independência a nível geral. Porém, nem sempre é fácil tomá-los como exemplos, o que seria desejável. porque vai depender dos seguintes  factores : saúde, económicos e feitios diferentes nos
relacionamentos..."Saber viver é uma arte"...

5 de Outubro

Em tempos que já lá vão, no dia 5 de Outubro era feriado nacional no território português, de forma a  celebrar a Implantação da Republica. Por políticas idiotas recentes, acredito que sejam, foi à vida. Um dia talvez volte a sê-lo.
Curioso é que, em 5 de Outubro de 1143, no Tratado de Zamora, este dia passou a ser celebrada  a Independência de Portugal, dando inicio à dinastia afonsina. E assim nasceu Portugal , de forma reconhecida e documentada!
Muitos países fazem feriado dos seus nascimentos e pelos vistos o mesmo acontecia em Portugal. Depois, com a queda da monarquia, em 1910, foi substituído pela então Implantação da Republica. É outra idiotice... Por mim ficaria feriado como nascimento de Portugal... e mais nada!

TRATADO DE ZAMORA: trata-se de um diploma em que se acordou a paz entre D Afonso Henriques e D Afonso VII de Leão e Castela. assinalando a separação dos reinos.    

Gala de Danças de Salão.

foto do Google 

Então, ontem à noite fui dar uma espreitadela à Gala das Danças de Salão . Pude ver o par português,campeão nacional de 2015 na modalidade, Sérgio Lourenço e Cátia Cerqueira. Dançaram tão bem que  pareciam voar como plumas. 

Um grupo de seniores, os senhores com seus cabelos  já grisalhos, que dá aquele toque charmoso. também fizeram um brilharete num Cha- Cha-Cha ...É verdade que não têm a mesma agilidade da gente mais nova, mas tinham os passos bem marcados , numa dança leve. Foi o que me pareceu! Até prefiro assim, sem grandes artifícios. Fiquei , mais uma vez, a apreciar quando um homem dança bem torna-se bué de elegante e sensual! :) ...

Pena foi estar em pé a assistir ao espetáculo.  porque os lugares sentados estavam ocupados e o calor era imenso dentro da sala. Outra parte desfavorável , o som das músicas muito alto e, pior, distorcido. Por isto tudo, no intervalo fui embora...Mas no geral foi bom! 

As comunidades precisam de se mexer, divertirem-se e cultivarem-se. Só faz bem ao físico e à mente. As farmácias e afins é que ficarão no prejuízo ...

Parabéns a todos!... 

A forma de peixe ...

Há muitos anos procuro por uma forma com o desenho de um peixe ,em vão. Todas as vezes que visito lugares ou cidades portuguesas, do Minho ao Algarve, entro em espaços comerciais, daqueles que suspeito poder haver a bendita forma... e nada! Em Lisboa também percorri vários lugares e nada!

Até que,nessa última viagem que fiz ao Porto, em meados de Agosto, deste ano , ia andando numa rua lateral à Casa da Música e olho para uma drogaria, daquelas bem antigas, cuja montra apresentava umas formas para bolos. Pensei, quem sabe se também tem a do peixe?  Bom, perguntei ao senhor, penso que o dono desse espaço, e a resposta foi negativa, mas que me podia arranjar. Hã? Lá me pediu o contacto, mesmo dizendo-lhe que não sabia quando voltaria àquela cidade. Respondeu-me que não fazia qualquer diferença e que tinha a certeza que havia de voltar... Rimo-nos. De facto só gente do Norte para terem estas atitudes.

Passado uma semana e tal, o telemóvel toca e do outro lado só ouvia falar num peixe. Pensei que fosse algum engano.  Como estava dentro de um automóvel numa auto-estrada, disse que não estava a perceber quase nada e a voz masculina disse que voltaria a telefonar. Ao desligar o telemóvel  caí em mim colocando a hipótese de ser por causa da bendita forma. E assim foi! Não levou meia hora ,volto a receber o telefonema e era mesmo sobre o utensílio ! Nem queria acreditar!

Neste mesmo dia entro em contacto com a  Nandinha, contanto-lhe estas peripécias e dizendo-lhe que não tinha pressa, mas quando pudesse  fazia -me o favor de passar pela drogaria da Avenida de França, assim se chama, para me levantar a forma. Percebi que o senhor não estava interessado em ma enviar  pelo CTT. Como esta gente do Porto é despachada e super gentil, não levou muito tempo e recebo a forma em casa, que foi melhor do que pensava ,por ser de silicone. Não  contente ainda me envia doces típicos da sua terra natal e etc e tal... É claro  que não se pode nunca esquecer estes gestos de gratidão que são , para mim, melhor do que joias valiosas .Não tenho nenhuma dúvida

Só não relatei este assunto mais cedo por ter estado com falta de saúde, causado por um resfriado forte que me deitou para baixo por uns bons dias. Como queria apresentar o pitéu feito, que é um pudim de atum, só agora pude fazê-lo.http://seleccionadas.blogspot.pt/search/label/Atum
Muito agradecida a todos! Nunca me irei esquecer  tais factos.

A independencia da Mulher

Dá-me uma certa satisfação ver, cada vez mais, mulheres que vão sozinhas para diversos lugares sociais sem necessidade da presença, principalmente, de um homem!  Em certos casos vejo mais mulheres sozinhas do que homens.  Os tempos mudarem para melhor, eu acho. Temos de agradecer às sociedades que contribuíram para esta situação. E à nossa que é portuguesa em especial. Assim tenha saúde e dinheiro que não me faltam vontades, quer sozinha ou acompanhada.

Ontem resolvi num ápice  assistir a uma peça de teatro. Como estava em cima do acontecimento só perguntei a uma amiga, das que acho que estão mais disponíveis, se estava interessada em acompanhar-me. Levei nega porque me disse que já tinha as sandes de atum feitas para levar para a praia.  (risos) Cá por casa também não houve interesse. Tudo bem, mas qual é o problema em ir sozinha? Nenhum!...
Liguei o computador , entrei na página dos tickets online , comprei o bilhete em segurança e imprimi-o. É assim  a facilidade que as novas tecnologias nos apresentam. É um pecado desperdiçar as oportunidades, pelo menos devia ser (risos) Dessa forma fica uns cêntimos mais caro, mas garante o lugar escolhido, neste caso foi mesmo bom para mim. Fiquei numa coxia e na 5ª fila  central, a contar do palco, onde presenciei tudo na máxima perfeição.

Uma ou duas horas depois do  almoço resolvi nas calmas apanhar  os transportes em direcção ao Parque das Nações. Deu-se  o inicio no autocarro que parte de Setúbal, passando a poucos metros da minha área de residência, dá- me imenso jeito. O percurso termina na   Praça de Espanha. O Metro está logo ali. Custa mais  a mudança na estação São  Sebastião para mudar para a linha vermelha...nada demais, mas aborrece um pouquinho, é assim em todo o lado ...

E pronto, lá entrei no Casino de Lisboa , perto das 18 horas,como entro num supermercado ou numa igreja. Isto para quem é mais religioso . Não vejo diferença nenhuma no aspecto de ir sozinha. Antes ainda dei umas voltas por recantos, sentei-me debaixo de umas árvores que estava um regalo de fresco, a ver passar pessoas e apreciando o panorama. É um dos meus entretenimentos malucos.  Depois entrei no  Auditório, que é confortável, vi a peça, "Nome Próprio", gostei e  vim embora satisfeita ,pelo mesmo caminho de volta, mais ou menos, porque todos os caminhos vão dar a Roma, costuma-se dizer... Nessas andanças não vi nenhum perigo , do mais pequeno que seja que me metesse medos.Nem pouco mais ou menos. Muitas vezes o medo está na nossa cabeça e o pensar no que os outros possam pensar é outro problema que trava as vontades. Sozinha fui, sozinha vim, com a graça de Deus (risos) É muito bom sentimos-nos livres. Devíamos agradecer este feito todos os dias! Ah! Parabéns ao elenco da peça que fui assistir. Recomendo!

Casa da Música, na cidade do Porto.

Visitei a Casa da Música, na cidade do Porto.há menos de um mês. Fez toda a diferença ser guiada.Se assim não fosse via com  olhos menos positivos certos pormenores.

Se entrasse sem guia , sem ouvir as explicações sobre aquele espaço e olhasse para determinados aspectos não ia achar muita graça . Por exemplo, na sala principal que se chama Suggia, nome de uma senhora da sociedade portuense que foi violoncelista importante, as  cadeiras são bonitas, muito confortáveis e com mecanismo de recuo para não haver a necessidade de nos levantarmos quando passam outros expectadores. Todavia, as costas forradas com chapa de alumínio, assim como o pavimento, à primeira vista  dá uma decoração desconcertante  no meio de algum luxo. Porém, contribui para a acústica que dizem ser excelente e muito próxima da perfeição. Realmente a ignorância é atrevida. As janelas envidraçadas em todas as paredes, sendo as laterais em forma de fole, os órgãos a fingirem que são instrumentos musicais, também afixados nas paredes, servem para a mesma  acústica. As folhas de ouro verdadeiro na decoração, em homenagem à traça Histórica portuguesa, dá um toque soberbo  Além disso, o seu arquitecto, o  holandês Rem Koolhaas,  idealizou a sala principal de uma forma democrática. Quer se esteja nas primeiras filas ou nas últimas o som é exactamente o mesmo, assim como o preço de cada bilhete. Foi o que ouvi dizer.

As outras salas, que são para aí umas cinco, não sei bem. circundam à principal. Há uma que é  dedicada às  crianças e bebés, onde tem uma pequena cozinha para aquecer os biberões e a criançada poder observar os seus pais   assistirem ao concerto sem no entanto interferirem em nenhum ruído. Genial!... Também podem se divertir a escorregar num pavimento inclinado... (risos)

 Acho que vale bem a pena a visita guiada. Penso que custa oito euros. Com mais dois euros,  ao todo dez euros, dá para ir ao Parque de Serralves. Compra-se o bilhete ou bilhetes no interior da Casa da Música . As horas da visita não sei. A minha calhou na hora em que entrei.
Agora resta-me a oportunidade para um dia assistir a um concerto na sala Suggia! Querer é poder...       

O Senhor da Pedra.

Na minha terra natal, no último domingo de Agosto, há uma festa secular em louvor ao Senhor Bom Jesus da Pedra. É das celebrações mais importantes daquela ilha, em São Miguel. Sempre foi uma azafama antecipada por longas semanas ao redor deste acontecimento que se mistura com o profano e o religioso.
Nasci uma semana antes do dia (domingo)  mais importante dessa festa e fui  baptizada no Sábado do Senhor da Pedra, com idade de oito dias...Dou-me por satisfeita dos meus pais terem o bom senso e o bom gosto  de não me chamarem ou dado o nome de Maria da Pedra...Não é por nada, mas não gostava...

Bom, há acontecimentos que nos marcam pela vida fora e o Senhor da Pedra é um deles.Foram, pelo menos, 30 anos a festejar esta festa. Na minha estadia por esses dias a norte de Portugal continental, queria muito visitar a capela do Senhor da Pedra, construída numa rocha no meio de uma praia... Não sei por que razão pensei que fosse para os lados de Matosinhos...O que por lá se encontrou foi uma ermida um tanto ou quanto ao abandono, assim me pareceu, com escritos, na sua traseira, de gente maluca ou anarquista, que dá muito mau aspecto e alguma pena ver este desrespeito.

Também está construída numas rochas à beira mar  e  com bela vista para o Oceano. mas nada a ver com a que procurava e que se pode ver em foto da Internet abaixo:

No transporte fui informada que a tal capela ficava para os lados de Vila Nova de Gaia. Alguém disse que era em Miramar, mas não me lembro as razões que me levou a pensar que era para os lados da Afurada. E lá se foi para a Afurada . (risos) Quando não se planeia com antecedência as direcções dá nisso. Nas minhas viagens em passeios não levo aparelhos com buscas a Internet e às vezes fazem falta. A tablette do meu marido tinha ficado no quarto do hotel . De modo que, não houve visita à capela do Senhor da Pedra em  MIRAMAR! Tive pena porque é impressionante a forma onde a implantaram. Fica para uma próxima. 

Dias de Pausas, Agosto de 2015.

Não satisfeita com a minha dieta de engorda desses últimos dias, hoje tive o desplante de fazer um bolo de chocolate cremoso! Ainda para mais está uma delícia e fofo! Quem me me mandou estar a ver a 24Kitchen? Lembrei-me que tinha cacau em pó quase fora do prazo e pronto ...Desculpas!

Só no Porto foram três almoços carregadinhos de altas calorias que davam para uma semana ou mais. A sorte é que muito caminhei!...

Primeiro almoço na Rua de Santa Catarina: alheira de Mirandela com batatas a murro e legumes salteados. Cortesia da minha amiga. Não havia necessidade, Nandinha. Mas fico muito agradecida. Não há preço que pague estes gestos de atenções!...

Segundo almoço em Leça da Palmeira: postas de peixe grelhado, com acompanhamentos . terminado com sobremesa cheesecake e café, Assim foi o menú do dia...O restaurante com esplanada é daqueles raros, para mim, calmo, muito jeitoso e em frente ao mar, como se pode ver na foto acima .

Terceiro almoço no Porto, próximo do transporte para regressar a Lisboa : uma bela francesinha, onde o segredo está no molho, e não só! Se não tiver ingredientes de qualidade sai um fiasco. Não a comi toda porque se assim fosse seria fazer o pecado da gula. Credo! Ir ao Porto e não comer uma francesinha não fica bem! (risos)
Que rica  vida!...   

Festa dos Tabuleiros

Sempre tive curiosidade em ver a Festa dos Tabuleiros, que se realiza de quatro em quatro anos, na cidade de Tomar. Este ano, finalmente,  fui lá vê-la  no Sábado, dia 11 de Julho de 2015. Escolhi este dia por ser mais calmo do que o Domingo, que é mais solene e completo. Vi apenas uma amostra do cortejo, o que já foi bem bom!

É diferente de tudo o que já presenciei em manifestações  de cultura religiosa e pagã. Impressionante aquela forma de construir os tabuleiros, Cada um leva 30 pães enfiados em canas, enfeitados com flores variadas e com mistura de criatividade. No cimo tem uma coroa e uma pomba. A base é um cesto envolto num pano com renda. A senhora ou menina, que carrega o tabuleiro  à cabeça, veste de branco. O vestido está ornamentado com rendas ou bordado inglês. Parece que o tamanho da mulher , em altura, tem de ser igual ao do tabuleiro. Cada uma vem acompanhada de um cavalheiro para ser ajudada. Aquilo não deve ser fácil de levar. O homem veste calças pretas e camisa branca, com  gravata da mesma cor da faixa da senhora. É tudo tão colorido e alegre. Aliás, os participantes  do cortejo pedem aos visitantes palmas e dizem: VIVA A FESTA.! Nunca tal vi!...Que engraçado!

Esta Festa está relacionada com o culto ao Divino Espírito Santo, que teve origem em manifestações pagãs. Serviam de agradecimento a uma deusa pelas colheitas  dos produtos agrícolas. A rainha D. Isabel, esposa do rei D.  Dinis, tornou-a  mais cristã, de solidariedade para com os mais necessitados,  e democrática, onde todas as classes sociais participavam em confraternização e alegria . De facto, muitas das ruas dessa cidade vestem-se de coloridos, tornando-as muito alegres e cheia de vida. Mesmo com grandes quantidades de forasteiros, que são aos milhares, é  tudo bastante pacifico. Foi o que me pareceu. Logo eu que temo multidões e confusões, mas não foi o caso... pelo contrário!

É uma das maiores manifestações de culto  e das mais antigas de Portugal.  Penso, mas não sei  bem, que as festas do Espírito Santo, nas ilhas dos Açores, tem origem na cidade  de Tomar. Apesar de haver diferenças nos festejos há, no entanto,  partes comuns que se assemelham. Gostei muito e valeu bem a pena ter lá ido. Gosto de festas populares de cariz Histórico e genuínas. Esta de certeza que é!

Fachada de um dos muitos edifícios ou casas enfeitados.

Esta casa estava linda. A foto não faz justiça à sua criatividade e beleza.

Aqui, na Mata dos Sete Montes, assim se chama, são recolhidos as centenas dos tabuleiros onde ficam em exposição . Tudo maravilhosamente mágico!

Apelido de origem judaica...

Não sei  onde vem a minha curiosidade por conhecer histórias sobre o judaísmo . Se pensar para trás, na minha infância ou adolescência, lembro-me da minha mãe contar que o meu avô materno relatava casos sobre judeus, porque conviveu com eles quando esteve emigrado em Boston, nos EUA. Isto nas primeiras décadas do século 20. Dizia que era um povo muito inteligente , muito bom para os negócios, até do lixo os judeus podiam criar riqueza. É mais que sabido que são pessoas como muito conhecimento e instruídas.  Segundo consta, os ganhadores  do prémio Nobel, muitos deles, vêm de famílias judaicas ou são judeus.

Conheço e já visitei o Museu Judaico de Belmonte, onde tem imensas referencias sobre o judaísmo , li há poucos anos o livro de Richard Zimber, "O Último Cabalista de Lisboa," que trata também dos mesmos assuntos.... Também gosto muito de  ouvir falar o seu autor. E ontem estive na Sinagoga de Tomar. Da primeira vez  que visitei esta cidade não foi possível... Por sorte estava uma senhora a dar uma palestra sobre aquele local de culto, outros ligados à religião judaica e sua história. Numa altura em que pronunciou os apelidos oriundos do judaísmo, um deles incluí um dos meus, que é Ribeiro. A sério? Ora cá está as minhas reminiscências! Será?...
Não é muito fácil encontrar a Sinagoga de Tomar . A melhor referência é o restaurante  "Casa das Ratas,"nome curioso !  Chegando a este restaurante,fica um pouco mais acima do lado esquerdo da mesma rua, na parte histórica da cidade.