domingo, 15 de julho de 2012

A época dos citrinos na ilha de São Miguel nos Açores


«A laranjeira teve franco desenvolvimento na ilha de São Miguel nos séculos XVII e XVIII constituindo um período alto da sua economia...classificada como a época dos citrinos.

"Tal era a abundância deste citrino na ilha do Arcanjo que os navegantes davam conta da sua aproximação pelo odor que ela inalava ."

(...) Acondicionadas em caixas , seguindo no "bojo de lugres," para serem descarregadas no porto de Londres, onde eram apregoadas pelas ruas: S Michel Orange!!!

A larga exportação que se fazia de citrinos, principalmente a laranja, para a Inglaterra, representou um factor de franco progresso social e material para a ilha do Arcanjo. Influenciando a cultura micaelense a criar na sociedade daquele tempo requintados hábitos de gosto e conforto.»

Do livro Augusto Gomes: Cozinha Tradicional da Ilha de São Miguel .

A época dos citrinos, na ilha de S. Miguel, nos Açores é também mencionada num dos livros da socióloga Maria Filomena Mónica," OS CANTOS".

quinta-feira, 12 de julho de 2012

(: O Egipto :)

PRIMEIRA PARTE:
Na ilha de São Miguel, nos Açores, têm (ou tinham) o hábito de mandar para o Egipto  alguém que destrambelha. O Egipto situa-se na  Fajã-de-Baixo, no concelho de Ponta Delgada, e onde existe  um hospital psiquiátrico.(não sei se ainda funciona como tal) Assim reagem na Grande Lisboa, em relação ao hospital Júlio de Matos, tanto quanto sei.

SEGUNDA PARTE:
«A escritora Natália Correia, nasceu na freguesia citada acima, na Fajã-de-Baixo ...Antes de ser conhecida pelos seus livros, era admirada em Lisboa pela sua beleza e irreverencia, gostando de afirmar que se assemelhava à tia que se encontrava no Egipto. Os admiradores nunca duvidaram que estava visitando as PIRÂMIDES.»

Nota: Li o trecho que se encontra na segunda parte, num pequeno livro, sobre vocabulário característico e formas de estar  açorianas, dando relevo a São Miguel! A  sua autora não nasceu nesta ilha mas vive nela. Foi uma delícia lê-lo!...

domingo, 1 de julho de 2012

O Capador


Passando por Alcobaça, entrei no primeiro Café  que estava mais a jeito. No seu  interior reparei  na decoração que cobria todas as paredes e parte do tecto, um tanto ou quanto exótica: fotos várias, algumas com touradas,outras com  pessoas ,outras com animais, páginas de jornais amareladas pelo tempo,certamente com noticias importantes,instrumentos estranhos...Enfim!

Observei o avental da empregada, onde está escrito a bordado, CAPADOR.  Credo!.. Olho para uma placa e aí percebi que o estabelecimento tinha este nome...Então, num modo discreto,chamei a atenção do meu marido para este  nome. Ele ao ouvido disse-me uma graçola, no seu humor que lhe caracteriza. Por pouco não espirrei  a bebida que levava à boca naquele momento.

A empregada olhou para nós, toda sorridente, muito simpática e no seu português com sotaque do Leste da Europa. Perguntou o que nos  fazia rir. Respondi-lhe que era pelo nome do Café. Neste momento a senhora chama um senhor e pede-lhe para nos explicar  pormenores daquele lugar. Ficamos a saber que, de facto, o primeiro dono do estabelecimento tinha sido capador de profissão, de vários animais, e nos relatou outras histórias...

São os   pormenores  genuínos dos locais , a gastronomia e a vivência das pessoas, nos seus usos e costumes, que mais me cativam  e encantam, nas viagens que tenho feito por Portugal  fora...Esta foi mesmo divertido e curioso. Daí ter tirado foto à fachada do Café, relatá-lo neste blog e agradecer a simpatia que tiveram para connosco! Ah! O café foi muito saboroso.