PRELÚDIO
DE NATAL
Tudo
principiava
pela cúmplice neblina
que vinha perfumada
de lenha e tangerinas
pela cúmplice neblina
que vinha perfumada
de lenha e tangerinas
Só depois se
rasgava
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
A festa
começava
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
A cidade
ficava
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas
David
Mourão-Ferreira
O odor a resina , descrito numa das estrofes , no meu caso, era mais a criptomeria: árvore típica da minha terra natal e com a qual se fazia a árvore de natal. Actualmente tenho-a sintética, a que mostra na foto, parte dela. Na decoração da casa tenho sempre ramos de outras árvores naturais, como por exemplo, de cedros .O incenso granulado nunca falha!...