sexta-feira, 24 de maio de 2013

Três vezes vinte anos


As arrumações na casa e  a "faxina" para limpar a morrinha do Inverno faz-me tomar consciência, cada vez mais, que a decoração  tem de ser muito simplificada ,o mais possível,  funcional ou muito prática. Claro que também aprecio a estética e o conforto...A vida é curta e há que aproveitar outras formas de viver fora das quatro paredes. Não me apetece que a minha  se resuma ao lar! Isto é  que era bom!..


Tudo isto fez-me lembrar o filme que vi o ano passado,"Três Vezes Vinte Anos", o da foto à esquerda, em que a Mary ((Isabella Rossellini) senhora na faixa etária dos sessenta anos (ainda não cheguei lá mas começo a prevenir-me) apercebe-se, de uma forma obcecada,que tinha de tomar medidas para  a chegada da velhice: compra suportes  para colocar na banheira, telefones com teclas grandes para não ter de recorrer aos óculos e e etc. Também tenho um relógio de pulso com números grandes, com o mesmo propósito da interprete. (risos)  Mas já tinha antes de ver o filme! É o meu lado prático de ver as coisas e assumir a realidade sem dramas.

o meu relógio (risos)
O marido da Mary reage de forma contrária. Começa com  aquelas crises de meia-idade ou existenciais  e cai no ridículo ao querer viver copiando os jovens, seus alunos: veste-se como eles, vai às suas festas malucas, tem relacionamento carnal com uma jovem .Quer viver como se não houvesse amanhã. No final sofre com isso porque não se enquadra em lado nenhum. Resultado, o seu casamento derrapa, mesmo sabendo que é da sua esposa que gosta e se sente bem em todos os aspectos. Aliás, o filme começa e acaba com cenas bem sucedidas de sexo entre o casal.  São "vaipes" que, por vezes, dão nas pessoas!...
A mãe de Mary vive porta com porta no mesmo andar da filha. A senhora, na casa dos 80 anos,diverte-se a valer com pessoas da sua idade, com conta peso e medida, não  dando satisfações a ninguém. Este comportamento surpreende a sua descendente. No final muita coisa é explicada . Pois é, seja qual for a idade há sentimentos e desejos, tal e qual os jovens têm. Podem é ser  atenuados ou num outro grau de intensidade. Mas também poderão ser de maior qualidade. Ultimamente tenho-me apercebido disso. Convivo com pessoas mais velhas e sei que  têm mais vida que gente mais nova! Basta não haver tabus e minhoquices na cabeça! Eu não  tenho! (risos) E muito menos me dá que fazer o que o outro possa pensar da forma como quero viver!...O mal de muita gente é este. Concluindo, não vivem...sobrevivem para agradar não sei a quem nem a quê!...

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