quarta-feira, 5 de março de 2014

"Carnaval" dentro de um autocarro


A quantidade de gente na localidade onde fui ver o corso carnavalesco era enorme. Assim como o trânsito e as filas para entrar dentro dos autocarros. Uma loucura nunca vista! O que me coube estava apinhado! Tanto em lugares sentados como em pé. Creio que contra as regras por excesso de passageiros, mas os fiscais assim ordenaram  e o condutor teve de obedecer. Enfim!... Sem comentários. Claro que estamos em Portugal, é preciso não esquecer!
Foto encontrada na Net
 O veículo andava a passo de caracol, parava mais do que circulava, com muito calor, muita contestação pela parte dos passageiros, no seu interior. O condutor, de vez em quando, abria e fechava as portas para entrar ar. Quando isso acontecia havia um coro que proferia,« Ai  que fresquinho»!
Comparei esta situação aos frangos fechados  dentro dum aviário. Para mim não é nenhum acontecimento. Neste caso fui em lazer. Pior foi, no tempo em que me deslocava para o trabalho em horas de ponta, em plena cidade de Lisboa e não só!...
Foto encontrada na Net
Às tantas vê-se uma senhora com a cabeça levantada para o tecto arfando, muito agoniada. Chamadas de atenção ao senhor motorista, em altos berros.Encontrava-me perto de quem estava nesta situação, abri-lhe o casaco e a roupa perto do pescoço. As minhas  noções aprendidas em primeiros socorros assim me levaram a este gesto automático. Outras pessoas seguravam-lhe para que não caísse. Neste entretanto entra o motorista pela porta das traseiras, onde se passava este caso. Agarra na criatura e leva-lhe para o exterior escuro, por  ser noite e num lugar ermo coberto com ervas. Também fui atrás para auxiliar. Fica o condutor agachado com a mulher no seu colo .Imagem comparada à Senhora  das Dores, numa situação invertida. Ou seja, para quem não sabe, a Mãe  é que fica com o seu Filho nos seus braços .Retiram-lhe os óculos e alguém despeja-lhe uma garrafa d´ água no rosto, acto que lhe provoca reanimação. O cuidado da transtornada é saber onde estão os seus óculos. Não é para menos, porque é um objecto muito dispendioso e que faz falta ! Olho para o autocarro e vejo do lado de dentro o pessoal a fazer concha com as mãos junto aos olhos para tentarem ver o que se passava lá fora. Neste momento tapo o meu rosto com o casaco até aos olhos para rir a bom rir! Que cenas!...
Foto encontrada na Net

A viagem prosseguiu. Fiquei  junto à senhora a conversar, porque percebi que estava entrar em ansiedade e assim foi acalmando! Mais do que uma vez vinha o motorista perguntar se  estava  tudo bem. Novamente em cor: «Está tudo bem, pode seguir!...» A uma dada altura saíram  bastantes passageiros, o que foi um alívio! Incluindo a senhora que passou mal.Então, ouve-se uma voz : «Finalmente a viagem normaliza-se. Um jovem, com cara pintada de vaca, responde: «Graças a Deus! Vim rezando para que tudo desse certo. Sabem, sou católico praticante e tenho muita fé em Deus. Amanhã é dia das cinzas e começa a Quaresma!...»


 Isto contado  não tem comparação com o que se presencia . Há também quem não ache graça nenhuma quando é relatado. Isto eu sei!... Foi o que aconteceu quando cheguei a casa. (muitos risos) Quando estas cenas bizarras acontecem só me lembro de filmes antigos italianos, de grandes realizadores, com cenas caricatas ...Opá, divirto-me! Tenho esta particularidade de retirar das coisas esquisitas algum divertimento! Mas entro em acção para auxiliar, caso seja preciso, não fico parada!...

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